HISTÓRIA DO PADRÃO DE BELEZA
- Ará
- 11 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Quantas vezes você olhou em uma vitrine e se identificou com o que viu? Ou folheou uma revista, assistiu um filme ou propaganda e sentiu que falava sobre você?
Segundo uma pesquisa realizada pela Dove com mulheres entre 10 a 64 anos, 76% das entrevistadas acreditam que a mídia e a publicidade definem um padrão impossível de beleza e 82% gostariam que a mídia retratasse mulheres de diferentes tipos físicos, além de idade e raça.
Mas o que é o belo e por que esse padrão de beleza existe atualmente?

Segundo o Dicionário Michaelis, o belo é:
“adj
1 Que tem formas ou proporções harmoniosas, segundo um padrão ideal (pessoal ou cultural) de beleza; que tem beleza; formoso, lindo.
2 Que provoca sensações agradáveis (à audição, à visão, ao tato etc.); que traz deleite e causa admiração...”
O surgimento de uma Filosofia do Belo se deu na Grécia, com Platão. Segundo ele, nós vivemos em um mundo em ruínas e existe um mundo para além do sensível onde tudo é organizado, perfeito, belo. Platão disse que a Beleza absoluta é o brilho ou esplendor da verdade.
Para Sócrates, o belo se dá a partir dos sentidos e sensações, não associada à aparência de algo, mas o quão útil ele for.
Já Aristóteles, possuía outro conceito de belo. Para ele, uma obra só poderia ser considerada bela se fosse capaz de promover a purificação da alma de seus admiradores, promovendo reflexão. A Beleza para Aristóteles reside em equilíbrio, simetria, harmonia e proporcionalidade. Conceito que reside até os dias atuais.
O padrão de beleza variou muito durante a história:
- Durante a Pré-História, o corpo era considerado uma arma de sobrevivência para a caça e fuga dos predadores. A obesidade era associada à fertilidade e à disponibilidade de recursos.

- Para os egípcios antigos, a beleza era composta pela maquiagem da face e os olhos como proteção ao sol e usavam perucas.

- As gueixas representavam o modelo perfeito da beleza feminina na cultura japonesa. Com rosto branco, pés pequenos e o cabelo negro.

- Na Grécia antiga, um homem era considerado bonito se possuísse um corpo harmonioso e simétrico.
Na mitologia grega, Afrodite é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade. Ela foi considerada a personificação do ideal de beleza dos gregos antigos.

Uma das guerras mais famosas da história, a Guerra de Tróia, se deu, segundo a mitologia narrada principalmente na Ilíada e Odisseia, por uma disputa de beleza entre as deusas Hera, Afrodite e Atena, onde Éris, a deusa da discórdia, ofereceu um pomo de ouro para a deusa mais bela.
Para resolver a questão, Zeus exigiu que o príncipe Páris, filho do rei de Troia, escolhesse
a vencedora. Afrodite, deusa do amor, é apontada como a mais bela, mas para conseguir isso ela ofereceu antes um presente: o direito de ter a mais bela mortal do mundo, Helena, esposa do rei de Esparta, atraindo a ira dos gregos.

- Na Idade Média, para uma pessoa ser bela, deveria atender os seguintes critérios: cabelos longos, pele branca, lábios finos e testa grande.
- Com o passar do tempo, a sociedade passou a valorizar corpos magros. Com uso de espartilhos e corpetes para ajustar a cintura e garantir uma aparência “mais bonita”.
A gordura passou a ser relacionado com a obesidade e ser considerado doença, desconsiderando a diferença genética de cada um.

Atualmente, apesar das diferentes culturas ao redor do mundo, pela globalização e maior acesso aos meios de comunicação um ideal de beleza se tornou popular – a pessoa magra, de pele branca, cabelo loiro e olhos claros, o que contradiz com a grande maioria da população Brasileira, onde: 54% são negros e 53,8% tem sobrepeso.
Ou seja, o padrão de beleza é um conjunto de características que não são padrões e desconsidera a maioria da população, forçando as pessoas a sempre buscarem esse ideal irreal, muitas vezes usando de cirurgias ou gerando distúrbios alimentares na busca do corpo perfeito.
Devemos entender que não existe corpo perfeito e até mesmo as modelos das revistas não são como nas fotos, retocadas para serem perfeitas.
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